Endometriose: como alimentação e estilo de vida podem auxiliar no controle dos sintomas
03/11/2025
(Foto: Reprodução) A endometriose afeta cerca de 8 milhões de mulheres no Brasil, segundo estimativas da Associação Brasileira de Endometriose, e está entre as principais causas de dor pélvica crônica e infertilidade feminina. Em alguns casos, a doença pode ser silenciosa: estima-se que duas em cada dez mulheres com endometriose não apresentam sintomas, mas podem ter sua fertilidade comprometida.
Embora seja uma condição ginecológica, os impactos da endometriose vão além do sistema reprodutor. Estudos apontam que o cuidado com a saúde intestinal, imunológica e metabólica pode desempenhar um papel importante no manejo dos sintomas.
O que é endometriose
A endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio (camada interna do útero) fora da cavidade uterina. Esses focos podem atingir estruturas como ovários, trompas, intestino e bexiga, respondendo às oscilações hormonais do ciclo menstrual. Com isso, podem surgir sintomas como dor intensa, inchaço abdominal, alterações intestinais e, em alguns casos, dificuldade para engravidar.
O papel da alimentação no cuidado com a endometriose
Estudos vêm investigando a relação entre padrões alimentares e a inflamação crônica presente na endometriose. Embora não haja uma dieta única indicada para todos os casos, alguns hábitos alimentares têm sido associados ao alívio de sintomas em certos perfis de pacientes.
De forma geral, dietas com menor consumo de alimentos ultraprocessados, açúcares refinados e gorduras saturadas tendem a estar associadas a uma menor inflamação. Por outro lado, alimentos como vegetais, frutas, peixes, sementes e azeite de oliva extravirgem fornecem compostos antioxidantes e anti-inflamatórios que podem ser benéficos para a saúde geral.
Entre os alimentos que podem ser incluídos com orientação profissional:
Peixes ricos em ômega-3 (como salmão e sardinha)
Frutas vermelhas
Vegetais verde-escuros
Gengibre e cúrcuma
Sementes como chia e linhaça
Azeite de oliva extra virgem
É importante destacar que qualquer recomendação alimentar deve ser individualizada e acompanhada por profissionais da saúde.
A importância da saúde intestinal
O intestino desempenha funções fundamentais na imunidade e na regulação hormonal. Mulheres com endometriose podem, portanto, apresentar sintomas como distensão abdominal, constipação e desconforto gastrointestinal. Em alguns casos, pode haver disbiose (um desequilíbrio na microbiota intestinal) que contribui para a inflamação e pode interferir na metabolização do estrogênio.
Manter o equilíbrio da flora intestinal com o consumo de fibras, prebióticos e probióticos, sob orientação nutricional, acaba auxiliando no bem-estar e no suporte às funções do organismo.
Hábitos que podem fazer diferença
Além da alimentação, o estilo de vida tem papel importante no manejo dos sintomas da endometriose. Entre os hábitos que vêm sendo estudados e recomendados em contextos clínicos estão:
Sono de qualidade: contribui para a regulação do cortisol e pode reduzir a inflamação
Atividade física leve a moderada: como caminhadas, ioga ou pilates, pode auxiliar na circulação pélvica
Redução do estresse: práticas como meditação, terapia ou técnicas de respiração têm efeito positivo sobre o equilíbrio hormonal
Um olhar ampliado para o tratamento
A endometriose requer abordagem multidisciplinar. Medicamentos e procedimentos cirúrgicos podem ser indicados em alguns casos, mas o cuidado com a alimentação e o estilo de vida é cada vez mais valorizado por profissionais da área. Ajustes na dieta, atenção à saúde intestinal e hábitos saudáveis podem auxiliar na redução do desconforto e na melhoria da qualidade de vida.
Cada mulher tem uma experiência única com a endometriose, e é fundamental contar com orientação profissional qualificada para encontrar o melhor caminho.
Para saber mais sobre orientações nutricionais voltadas à saúde da mulher, acesse o site cristinevolkmann.com.br ou o perfil no Instagram @cristinevolkmann.
Cristine Volkmann/CRN 4150
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