VÍDEO: jovem registra fenômeno raro
que deixa ondas de praia com brilho fluorescente em Florianópolis: 'Foi mágico'
19/12/2025
(Foto: Reprodução) Jovem registra fenômeno luminoso no mar em praia de Florianópolis
Um vídeo registrado pela jovem Danielly Batista dos Santos, de 18 anos, chamou a atenção ao mostrar um fenômeno nas águas da Praia da Solidão, em Florianópolis: a bioluminescência, quando algas microscópicas fazem o mar brilhar em tons de azul. O efeito aparece com o movimento da água, provocado por ondas ou até por passos na areia (assista acima).
Ao g1, a moradora do bairro Campeche, contou que as imagens foram gravadas na terça-feira (17), durante um passeio noturno com os pais. Poucas horas antes, ela conversava com um amigo sobre o apelido “Ilha da Magia”, usado para se referir à capital catarinense, e se perguntava se já tinha presenciado algo realmente mágico.
“Com certeza esse fenômeno foi a resposta. Foi mágico”, disse.
✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp
Vídeo mostra brilho azul no mar de Balneário Camboriú com proliferação de algas
🌊✨A bioluminescência é causada por microalgas conhecidas como fitoplâncton, principalmente da espécie Noctiluca scintillans, comum no litoral sul do Brasil. Elas produzem luz como mecanismo de defesa e só podem ser observadas à noite, já que a luz do sol ofusca o brilho.
Jovem registrou fenômeno da praia da Solidão em Florianópolis
Reprodução/ Redes Sociais Danielly Batista dos Santos
Segundo especialistas, o fenômeno não segue uma regra específica para ocorrer, e as microalgas presentes não são conhecidas por causar problemas aos humanos em contato direto com a água, como durante o banho.
Ele costuma aparecer em áreas rasas e é ativado pelo movimento da água. Quando uma onda se forma ou um barco passa, a bioluminescência se intensifica, criando rastros cintilantes que iluminam o mar.
Fenômeno pode indicar alerta
Apesar do espetáculo visual, o fenômeno também pode servir de alerta. Segundo o professor de Oceanografia e Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Paulo Horta, episódios como esse podem indicar que o oceano não está saudável e tendem a se tornar mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas, que alteram a temperatura e a acidez da água.
“O aumento desses episódios está ligado à alta concentração de nutrientes no mar, resultado da poluição, somada a condições climáticas favoráveis. Existe o risco de naturalizarmos esse processo e construirmos um novo normal, mas os impactos para a saúde pública e ambiental são enormes”, afirma.
Horta alerta ainda que nem todas as florações de algas são inofensivas. Algumas espécies podem liberar toxinas perigosas para a vida marinha e para os seres humanos, alterando a cor da água para tons de vermelho, marrom ou verde.
“Essas substâncias podem comprometer a biodiversidade e representar risco sanitário”, afirma.
De acordo com os especialistas, a principal forma de enfrentamento é o monitoramento constante das florações e a redução da poluição nos oceanos. “Precisamos de ações emergenciais e contínuas”, reforça o professor.
Mar é visto com uma mancha marrom em boa parte da extensão da orla, em Copacabana, no Rio de Janeiro
Carlos Eduardo Cardoso/Agencia o Dia/Estadão Conteúdo
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias